segunda-feira, 12 de março de 2012

Como diriam... "A análise dialética da realidade concreta."

Construir um novo modelo de sociedade definitivamente não é uma tarefa fácil.

Requer extrema disposição, habilidade e, principalmente, conhecimento.

Se dispor a participar dessa construção é o mais belo e corajoso gesto de um jovem nesse país. É, partindo dessa disposição, que nossa juventude, nossos milhões de jovens, vão ser os protagonistas das mudanças necessárias a toda sociedade.
Dito isso, respeito a forma de organização e de concepção das mais diversas correntes políticas de juventude. Respeito a avaliação deles sobre a momento político que o mundo passa. Como eles vêem a crise econômica mundial, como eles se portam diante do desenvolvimento do Brasil e do estado de Pernambuco, a opinião sobre os mais diversos temas que, em sua grande maioria, separam em dois grupos o que dá certo e o que dá errado.
O fundamental nessa discussão é o final e o caminho. No final, quase todo mundo concorda, o problema é p caminho.
Se o objetivo é mudar, propor as mudanças necessárias pra exterminar o a opressão do sistema capitalista, é fundamental o acúmulo de forças e a análise do mundo. Precisamos saber quem somos, onde chegamos,quem influenciamos e quem precisamos influenciar.
Fazer a análise dialética do mundo, da sociedade, o mundo é mutável. Nada permanece estático.
Não existe uma aplicação única pro socialismo. Nós não vamos fazer uma revolução socialista sem aumentar o nível de consciência do povo e principalmente sem conquistar as transformações fundamentais para um processo de transição.
Isso, somado a disposição e habilidade pra luta social, dão pra nossa primeira fase o norte. 
E, por fim, todo ser que se compreende como agente transformador ou qualquer organização que se porte dessa forma precisa estudar! 
Estudar o que for necessário pelo tempo que for necessário.
Estudar precisa se torar um hábito constante na vida do militante socialista.
O estudo coletivo é importante pra o debate de ideias (principalmente), mas o estudo individual é primordial.
Qualquer um que não compreenda a importância do estudo não conseguirá fazer a análise, não conseguirá o convencimento e estará, sem sombra de dúvidas, fadado ao fracasso.

sábado, 28 de janeiro de 2012

A responsabilidade, a inconsequência e a abstenção.

Acho mais do que válido o direito as pessoas de irem pras ruas protestarem contra o que lhes incomoda.
Acho necessário que se organizem da forma que acharem conveniente, seja em partidos políticos, em organizações de juventude, religiosas, apartidárias, em entidades... E respeito quem não quer se organizar, que acha que a luta individual é mais válida, que dá mais resultados... Respeito...
Dito isso, acho necessário fazer aqui algumas ponderações.
Independente da forma que aconteça a reivindicação, ela precisa ter consequência!
O principal de toda batalha é quem sai vencedor.
Os guerreiros vão pras guerras para alcançar a vitória. E é isso que os move.
Não é diferente com os movimentos sociais. Fazer parte de uma entidade estudantil é uma responsabilidade enorme! Não só com os estudantes, mas com o povo!
E é por compreender essa responsabilidade que nós, atores dessas mudanças, não nos opomos a participar de nenhuma reivindicação válida e consequente.
Tomar as ruas, praças, já é papel do movimento estudantil. E para sempre será! Não nos importamos em apanhar da polícia, ser presos, ou o que for necessário. Como já aconteceu várias vezes, com vários militantes! Não há problema!
Porém, se esse não é o único caminho que leva a solução, também não temos problema em procurar outros.
Se é possível conversar com um chefe de estado que se mostre mais avançado e queira ouvir os estudantes, os trabalhadores, enfim, e procurar junto com eles as respostas, é válido!
Inclusive, mostra, em alguns momentos, o respeito por estes, que representam os movimentos sociais e a voz do povo, assim o fazem como necessário.
O diálogo é apenas um caminho para a vitória... Que em sua grande maioria se dá na rua! E é a ela que pertencemos e de onde nunca saímos, nem sairemos!
Mas a nossa responsabilidade não pode ser pautada pela inconsequência de alguns!
Menos aina pela abstenção dos revolucionários cibernéticos.
Portanto, cada um que se veja na vontade de falar o "que bem entender" da UNE, UBES, UMES e UEP, o façam com responsabilidade!
Respeitem Honestino Guimarães, Cândido Pinto, Edson Luis, Demócrito de Sousa Filho.... E tantos outros que escreveram e escrevem a história desse país!


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Ninguém atira pedra em árvore que não dá fruto.

Texto da camarada Iana Paula sobre os últimos acontecimentos....

"Ir às ruas protestar é ato legítimo e digno de todo respeito e admiração. E é absurdo criticar ou reprimir tal direito. As ruas ao povo pertence! No entanto, essa é apenas uma das muitas formas que se tem de travar uma discussão em torno de algo. O papel dos movimentos sociais não é o de exigir tão somente, e tampouco de fazer a crítica pela crítica, de ocupar as ruas por ocupar. Os movimentos sociais tem responsabilidade com os rumos que deve tomar o estado e o país, a postura deve ser acima de tudo a de proposição. É irresponsabilidade ignorar os canais de diálogo. A UNE, UEP, UMES e outras representações estudantis cumpriram responsavalmente o papel que lhes foi dado de defender os direitos e propor caminhos. Ontem, o governador recebeu os estudantes que ao contrário do que tentam passar, foram cobrar retratação pelos atos de violência e apresentar uma carta aberta com 15 proposições que abrange a problemática do transporte público (que ao contrário do que se tem pautado em alguns fóruns, vai mt além do valor da passagem cobrada). Ontem os estudantes ouviram do governador um pedido de desculpas e o compromisso de apurar e punir os excessos, ontem os estudantes conseguiram que o estado se comprometesse a rever a participação e atuação do conselho , que atualmente não cumpre o papel que deveria. Audiências públicas serão convocadas para discutir com a população a questão do transporte público, da mobilidade urbana, e é conquista da comissão de 27 estudantes que hj estão sendo chamados de traidores nas redes sociais. Traição é se eximir da responsabilidade de construir! A luta continua, a pauta não foi esgotada e os 15 pontos apresentados são bandeiras de luta dessas entidades. Ontem ficou provado que o diálogo vale à pena, e é dessa forma que a política não se faz pequena!"

Iana Paula

sábado, 21 de janeiro de 2012

Sangue, lágrimas e uma bandeira hasteada!

Meu nome é Amanda, tenho 23 anos, há pelo menos 6 faço parte do movimento estudantil e vivi na última sexta-feira um dia que, com toda certeza, divide minha militância em duas partes.
Vou tentar, de forma ainda assustada, relatar o que aconteceu aqui.
São em torno de 7h da manhã e eu estou chegando na frente do Ginásio Pernambucano pra encontrar a militância da UJS e das entidades estudantis que compunham o ato contra o aumento de passagens, pensado pelas mais diversas correntes juvenis do estado nos dias anteriores. Encontro Amanda Barbosa, dirigente da UJS - Recife e Thauan, presidente da UEP, já na frente do GP.
Aos poucos os líderes estudantis vão aparecendo e a juventude vai chegando, o que dá corpo e volume a nossa passeata. Em torno das 10h da manhã, após cerca de 2h de intervenções que garantiam a nossa opinião sobre a condução do ato, resolvemos sair em passeata e tomar a Conde da Boa Vista (via principal do centro do Recife).
Ao apontarmos na Cde. da Boa Vista a surpresa: o batalhão de choque da polícia militar nos aguardava com aparato policial suficiente para acabar com a atividade a hora que julgasse necessário. Mesmo com esse novo momento, decidimos, de forma corajosa e coerente, dar continuidade ao nosso ato independente do posicionamento do batalhão.
Tudo caminhou mais ou menos tranquilo até a chegada as proximidades do Cais de Santa Rita (maior terminal de ônibus do Recife), alguns atritos entre nós e aqueles que deveriam, pelo menos em tese, nos proteger, mas nada que justificasse o aconteceu ali.
Se tornando o palco da maior injustiça e agressividade que eu já pude presenciar. aquelas ruas ficariam marcadas pela ofensividade da polícia, o pavor da população e a coragem de cada estudante ali presente.
Enquanto nos reuníamos para decidir qual seria nosso posicionamento por estarmos cercados pelos homens de preto, um grupo de estudante achou uma brecha para tomar uma das vias principais do local, e assim o fizemos!
De forma totalmente arbitrária são lançadas conta nós,e toda a população ali presente, bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e suas tão famosas balas de borracha...
Vivi, durante poucos minutos, momentos que nunca vou conseguir esquecer.
O barulho da bomba estourando a poucos metros de mim, meus camaradas correndo, cada um se protegendo da forma que conseguiu, a mão de Rafael Costa no meu braço me ajudando a continuar resistindo (talvez deva a ele a liberdade que me garantiu continuar no ato), os gritos, o desespero, a contradição.
Não me lembro de ter vivenciado ou visto nada parecido com isso desde dezembro de 2005.
Dali em diante tudo só piorou!
Conseguimos dispersar e nós encontrar na Faculdade de Direito do Recife, palco de tantas lutas e tantas conquistas da sociedade brasileira, com a preocupação de garantir que o BPM não invadisse nossa plenária, já que não podiam entrar naquele espaço.
Depois de mais uma plenária, decidimos continuar o ato (agindo, como desde o início,com pacificidade).
Num ato ainda mais repressor, a PMPE triplicou sua tropa e garantiu mais pânico e correria.
Mesmo não entrando no espaço da faculdade, garantiu suas bombas de gás lacrimogênio com um ótimo alcance. Atingindo estudantes e TRABALHADORES que se encontravam presentes.
Sair dali me deu a sensação de alívio e horror.
Talvez eu não consiga olhar pras ruas do Recife da mesma forma, assim como a noite ouvia o barulho das bombas estourando ou me assustava ao ver uma viatura da policia, mas eu tenho uma certeza, é essa luta que me move! É ver que no alto estará sempre hasteada uma bandeira da UNE, uma bandeira da UBES... E mesmo sangrando, defenderei sempre o povo! Até a vitória... Ou até a morte...

sábado, 14 de janeiro de 2012

Pernambucanidade!

Ser Pernambucano...

Falamos que o Botão do som é pitôco
Se for resto é cotôco, Tudo que é bom é massa
Tudo que é ruim é peba
Rir dos outros é mangar
Ficar cheio de não me toque é frescura
Já faltar aula é gazear;
Colar na prova é filar, Quem é franzino é xôxo;
O bobo se chama leso;
E o medroso se chama frouxo;
Tá com raiva é invocado;
Vai sair..diz vou chegar;
sem dinheiro é liso;
A moça nova é boyzinha
Pernilongo é muriçoca
Quem entra sem licença emburaca
Sinal de espanto é"vôte"
Quem tem sorte é cagado
Pedaço de pedra é xêxo
Quem não paga é xexêro
Quem não cumpre o prometido é fulero
Gente insistente é pegajosa
Catinga de suor é inhaca
Mancha de pancada é roncha
Briga pequena é arenga
Performance de palhaço é munganga

Defender o frevo,mas não fazer um passo sequer(apenas "dançar com os dedos)...Amar as pontes do Recife sem conhecer o nome de nenhuma delas; é valorizar a cultura popular, apreciar suas belas praias; ser muito sortudo por nascer numa terra linda como essa; é ser cabra da PESTE!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Conversa de Botas Batidas...

Hoje no partido, conversando com Amanda Barbosa, reparo um material antigo da UJS que o nome da tese era "Prepara uma avenida que a gente vai passar.", por não lembrar de que música se tratava pedi pra Amanda coloca e ela me questionou sobre a história da música. Como não tava muito paciente (como na grande maioria dos dias) nem dei atenção a "história sobre a história" e continuei meu dia.
Chego em casa e lembro, por algum motivo, daquela música e da possível curiosidade sobre o motivo do nome tão estranho e do teor de depressão e paz da mesma...
Depois de alguns minutos de pesquisa e alguns questionamentos aflorados, chego a uma possível conclusão, baseada, claro, nas milhares de informações que adquiri. 
Pelo que me ficou subentendido, se trata de um casal que durante muitos anos (mas muitos mesmo) foram amantes e sempre se encontravam num hotel em Copacabana (segundo alguns o "Estrela de Copacabana"). Os anos foram passando, ficaram viúvos, continuaram amantes.
Num belíssimo dia as colunas de sustentação do prédio (lê-se 'hotel') estalaram o que significava que tudo ia desabar...("Veja você, onde é que tudo foi desabar...") Isso aconteceu por volta das 10h da manhã e todos os funcionários passaram nos quartos solicitando a evacuação do local. Eles não saíram... ("Deixa o moço bater, eu cansei da nossa fuga...") Na certeza de não ter mais ninguém lá, todos se foram... 
Interditaram a avenida do hotel. ("...Prepare uma avenida que a gente vai passar...") 
Por volta das 17h o prédio veio a baixo. 
Uma semana depois, no processo de limpeza do terreno, encontraram os corpos deles, abraçados ("A gente corre pra se esconder e se amar, se amar até o fim"). Talvez ele tenha dito a ela "esse só o começo do fim das nossas vidas"...
Mas nós nunca saberemos...




Pra quem não conhece a música, tá aí a letra...


Conversa de Botas Batidas - Los Hermanos



Veja você, onde é que o barco foi desaguar
A gente só queria um amor
Deus parece às vezes se esquecer
Ai, não fala isso, por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida
Que a gente vai passar
Veja você, quando é que tudo foi desabar
A gente corre pra se esconder
E se amar, se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar
Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
Que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
E agora está de bem
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar
Diz, quem é maior que o amor?
Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além
Vão dizer, que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela vai cair

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

"Que aqui sangraram sob os nossos pés..."

Hoje ao acordar abrir o site vermelho.org.br e vi uma notícia que me chamou a atenção: "Pe. Vito Miracapillo, expulso pela ditadura, volta ao Brasil" como tudo que trata sobre a ditadura me chama a atenção, resolvi ler... Mas me chama a atenção não apenas pelo fato de ter sido um período difícil pro povo brasileiro, mas sim por ser nesse momento que os verdadeiros heróis (ou sua grande maioria) se apresentam. Voltando ao padre, lendo a matéria descobri se tratar de um religioso que, antes de expulso, morava em Ribeirão (cidade onde meus pais nasceram e foram criados). Na mesma hora mostrei a meu pai pra ver se conseguia mais fatos do que os apresentados no site e foi impressionante a forma como ele relata.
É estranho perceber que alguém tão próximo participou de tudo aquilo. Talvez não da mesma forma que Honestino Guimarães (e seu fim trágico), mas ali, presente, observando e sem poder se opor.
Pior ainda é pensar naqueles que se opuseram... Que lutaram... Que foram presos, torturados... Mas pensar nos que até hoje não foram encontrados, é doloroso.


Pe. Vito Miracapillo


Pra quem quiser ler a matéria: